terça-feira, 3 de julho de 2007

Heinrich Himmler um dos principais arquitetos do Holocausto





Quem foi o alemão Heinrich Himmler?


Heinrich Luitpold Himmler (Munique, 7 de Outubro de 1900 — Lüneburg, 23 de Maio de 1945) foi o comandante da Schutzstaffel alemã e um dos mais poderosos homens da Alemanha nazista. Como Reichsführer-SS, ele liderou a SS e a Gestapo, foi uma figura chave na organização do Holocausto. Após a Noite dos Longos Punhais , as SS-Totenkopfverbande ficaram com a tarefa de organizar e administrar todos os campos de concentração do regime da Alemanha, e após 1941, os campos de extermínio da Polônia. A SS, através do seu braço de inteligência, as Sicherheitsdienst (SD), foi encarregada de encontrar judeus, ciganos, homossexuais e comunistas e quaisquer outras culturas ou raças condenadas pelos nazistas por serem Untermenschen (sub-humanos) ou em oposição deste regime, e serem colocados em campos de concentração. Em suma, Heinrich Himmler tornou-se num dos principais arquitetos do Holocausto, usando elementos míticos e uma opinião fanática na idelogia racista nazista para justificar o homicídio em massa e o genocídio de milhões de vítimas.

Heinrich Himmler referiu-se explicitamente ao extermínio em 4 de outubro de 1943, na cidade de Posen, num discurso para os generais de divisão (Obergruppenführer) das Waffens S S.

Reproduzimos aqui a parte do discurso de Heinrich Himmler que trata da questão judaica, que é de uma aterradora clareza com relação à mentalidade da cúpula nazista e às suas práticas:

"Quero mencionar, perante vocês, outro assunto muito difícil, com toda a franqueza. Entre nós, ele deve ser falado com toda a abertura de uma vez por todas; mas jamais devemos falar nele em público. Assim como não hesitamos em cumprir nosso dever tal como nos foi ordenado em 30 de junho de 1934, e colocamos camaradas que falharam contra o muro e atiramos neles, assim como não hesitamos em jamais falar neste assunto e não devemos jamais falar nele. Tratava-se de uma questão, é claro, de tato. Graças a Deus, jamais falar nele. Ele fez com que todos nós tremêssemos, mas todos tinham claramente em suas mentes que aquilo seria feito novamente se assim fosse ordenado e se fosse necessário. Agora, estou pensando na evacuação dos judeus, no extermínio (ausrottung) do povo judeu. Esta é daquelas coisas sobre as quais é fácil dizer: "O povo judeu será exterminado/extirpado wird ausgerottet); isto é o que nós estamos fazendo". E então todos aparecem, esses 80 milhões de bons alemães, e cada um deles possui o seu judeu decente. É óbvio, é muito claro que os outros judeus são porcos, mas este é um judeu de primeira classe. De todos os que falam dessa maneira, nenhum parou para observar,; nenhum já viveu com isso. A maioria de vocês sabe o que significa quando 100 corpos estão deitados um ao lado do outro, quando 500 corpos estão deitados lá, ou 1000 corpos. Para passar por isso e, ao mesmo tempo, sem falar das exceções causadas pela fraqueza humana, ter permanecido decente, é isto que nos toma fortes. Este é um capítulo de glória na nossa história, um capítulo que jamais fora escrito antes e que nunca deve ser escrito; pois nós sabemos o quão difícil será se ainda tivermos judeus, como sabotadores secretos, agitadores, traficantes de mentiras, entre nós, em cada cidade - durante os bombardeios, durante o sofrimento e as privações da guerra. Provavelmente nos acharíamos na mesma situação que em 1916/17, se ainda tivéssemos judeus no corpo do povo alemão. As riquezas que ele possuíam, nós as tomamos deles. Eu dei uma ordem estrita, que foi transmitida pelo general S S Pohl, que essas riquezas devem, é claro, ser trans- feridas para o Reich, sem exceção. Nós não pegamos nada delas. Pessoas que falharam neste sentido foram punidas de acordo com a ordem dada por mim no início, que avisava: aquele que pegar um marco que seja, isto é a sua morte. Um número de homens da SS -não muitos - violaram essa ordem e isto será a sua morte, sem piedade. Nós temos o direito moral, nós temos a obrigação para com o nosso próprio povo, de matar esse povo que queria nos matar. Mas não temos o direito de enriquecermos mesmo que seja com uma pele, um relógio, um marco, um cigarro ou qualquer outra coisa. Exatamente porque nós erradicamos um bacilo, afinal, isto não quer dizer que queiramos ser infectados pelo bacilo e morrer. Eu jamais permitirei nem mesmo que uma pequena nódoa de corrupção venha a se estabelecer aqui. Seja lá como ela se forme, nós a queimaremos. Em geral, no entanto, podemos dizer que levamos adiante essa tarefa das mais difíceis por amor ao nosso próprio povo. E nós não temos sofrido qualquer dano em nosso eu interior, em nossa alma ou em nosso caráter, ao fazêlo"

Ora, este tipo de referência era incomum entre a elite dirigente nazista e, obviamente, não é reconhecida pêlos revisionistas, que atribuem sentido não literal às expressões de Himmler.

Garaudy, por exemplo afirma que a palavra extermínio possui outro significado: "... para expressar a sua decisão de expulsar os judeus do que eles denominavam espaço vital, os alemães empregaram de forma natural outras expressões com o mesmo significado, como Ausschaltung (exclusão, deslocamento, eliminação) ou, sobretudo, Ausrottung (extirpação, desarraigamento). É esta última palavra que tem sido traduzida por extermínio, que em alemão, se diz Vemichtung". Garaudy, op. cit. p.65.

Sobre o léxico e as técnicas de extermínio, ver o livro de Jean-Claude Pressac, Auschwit, Techinique and Operation ofthe Gás Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989.

Nenhum comentário: